segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Era uma vez um lápis cor de pele ... diversidade e diferenças em cores e fotografias

 

- Tia, me empresta o lápis cor de pele?


Essa atividade surgiu a partir de uma busca constante por um único lápis de cor para os estudantes se autorrepresentarem nos desenhos.

Já tínhamos conversado anteriormente sobre identidade, diferenças e algumas questões raciais. Mas ao iniciar um mural com autorretratos, a busca pelo lápis "cor de pele" começou. Ao perceber que quase todos os estudantes procuravam pelo lápis rosa claro, resolvi parar a atividade planejada e propor uma brincadeira de achar em seus estojos qual lápis de cor mais se aproximava dos tons de suas peles. 

Sem pestanejar, eles se envolveram rapidamente nessa busca. Alguns estudantes acharam que a mistura de duas cores os representaria. E assim nos dispomos a nos observar com mais cautela e atenção, e descobrimos que o lápis cor de pele pode ser o bege, o marrom escuro, o marrom claro, o preto, o laranja, ou qualquer outra cor que desejem.



Pensando em como mostrar que um único lápis não abrange as diferentes tonalidades de nossas peles; que são múltiplas; resolvi utilizar a ludicidade e fotografia como registro de uma autorrepresentação e um autorreconhecimento a partir de seus próprios materiais de colorir. O resultado disso foram imagens e conversas repletas de uma afirmação de identidades por vezes não reconhecidas anteriormente. 

Como referência desta atividade foram utilizadas algumas imagens da artista visual brasileira Angélica Dass e seu Projeto Humanae, uma coleção de fotografias que revelam a diversidade de cores humanas para além da escala Pantone. Além disso, a pesquisa de Camila Machado de Lima, mestre e doutora em educação pela UNIRIO e atualmente professora de Educação Infantil do Colégio Pedro II, e pesquisas no campo das Artes, dos currículos e dos cotidianos também serviram de referências teóricas para a atividade. Autoras como Ana Mae Barbosa, Nilda Alves e Noale Toja também estavam presentes neste trabalho.



Todos os estudantes envolvidos na atividade puderam explorar, conhecer, fruir e analisar práticas e produções artísticas do seu entorno social para reconhecer a arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos. Também foram mobilizados recursos tecnológicos como formas de registro, pesquisa e criação artística. E por fim, conversamos sobre as experiências individuais e coletivas, para dessa forma alcançar sentidos plurais na criação artística.






quarta-feira, 18 de abril de 2012

Andy Warhol e a Pop Art


A Pop Art não foi um movimento artístico coerente, pois cada artista tinha seu projeto e trajetória. Andy Warhol, um dos artistas centrais da Pop Art nos Estados Unidos, procurou eliminar de suas obras os valores e técnicas tradicionais. Em seu estúdio em Nova York ele se propôs a produzir imagens por meio de processos impessoais, como a serigrafia. 

Através da serigrafia, Warhol representou a impessoalidade do objeto produzido em massa para o consumo, como as garrafas de Coca-Cola e as latas de sopa Campbell. Aliás, a série de latas de sopa Campbell, que foi produzida por Warhol em 1962, é um das suas obras mais conhecidas do artista.
                                

Como muitos outros artistas desta corrente, Andy Warhol criou obras passíveis de serem interpretadas como críticas à moderna sociedade de consumo. Ao retratar ídolos da música popular e do cinema, como Michael Jackson, Elvis Presley, Elizabeth Taylor, Marlon Brando e Marilyn Monroe, Warhol chamava a atenção para a distinção artificial dos críticos entre "cultura de elite" e cultura "de massas" e a sofisticação elitista do "bom gosto" tradicional. 
                                                  
A Pop Art foi um movimento artístico surgido no começo da década de 1960 no Reino Unido e nos Estados Unidos. O nome desta escola estético-artística coube ao crítico britânico Lawrence Alloway, para ajudar a definir trabalhos que tiravam seus temas e imagens da cultura popular. Mas apesar de sua ambição de romper a barreira entre a cultura de elite e a cultura de massas, os artistas pop acabaram criando obras para as galerias de arte e para os colecionadores, devido sua singularidade e autenticidade.


ATIVIDADE 9º ANO (TURMA 1902):
Utilizando o programa PhotoFiltre, os alunos editaram a sua fotografia, compondo, ao final, uma imagem com as características das obras de arte de Andy Warhol.





terça-feira, 17 de abril de 2012

Arte Urbana: Grafite


O termoGrafite” é italiano e quer dizer "inscrição feita em paredes". Há vestígio desta manifestação popular desde o Império Romano. Mas o grafite que conhecemos atualmente surgiu na década de 1970 nos Estados Unidos como uma reação natural de descoberta de novas formas de arte.

Por ser uma forma de arte livre, que não precisa de conhecimentos técnicos para ser executado, o Grafite ganhou espaço entre os jovens como forma de expressar seus desejos e suas angústias, sendo assim, uma linha direta para a difusão mensagens de cunho social e político.

É uma arte sem preconceitos de classe social ou idade, mas que alguns ainda consideram como poluição visual ou vandalismo, confundindo a arte do Grafite com pichação. Vale lembrar que o grafite brasileiro é reconhecido entre os melhores do mundo por sua qualidade plástica e criatividade.

O Movimento Hip Hop, que também surge nos EUA na década de 70 entre as comunidades afro-americanas, tem no Grafite um dos seus pilares. Os dois, Grafite e Hip Hop, tem como propósito refletir a realidade das ruas, expressando a opressão sofrida pelas classes menos favorecidas.


A dupla formada pelos grafiteiros Gustavo e Otávio Pandolfo, gêmeos idênticos, é o hoje uma das maiores referências do grafite brasileiro. Os gêmeos começaram sua carreira em São Paulo e ganharam o mundo, conquistando espaço para a sua “arte de rua” em museus e centros de arte respeitados mundialmente





ATIVIDADE 8º ANO:






domingo, 20 de fevereiro de 2011

O Profeta Gentileza



José Datrino, mais conhecido como “Profeta Gentileza” foi uma personalidade urbana carioca, espécie de pregador, que tornou-se conhecido a partir de 1980 por fazer inscrições peculiares sob um viaduto no Rio de Janeiro.

Nasceu em Cafelândia (SP), em 1917. Por volta dos treze anos de idade, passou a ter premonições sobre sua missão na terra, na qual acreditava que um dia deixaria tudo em prol de sua missão.

Em dezembro de 1961, na cidade de Niterói, após um grande incêndio no circo "Gran Circus Norte-Americano", José acordou alegando ter ouvido "vozes astrais", que segundo suas próprias palavras, o mandavam abandonar o mundo material e se dedicar apenas ao mundo espiritual.

O Profeta foi imediatamente para o local do incêndio, onde plantou jardim sobre as cinzas do circo em Niterói. Aquela foi sua morada por quatro anos, e lá ensinou às pessoas o real sentido das palavras “Agradecido” e “Gentileza”. Daquele dia em diante, passou a se chamar "José Agradecido", ou simplesmente "Profeta Gentileza”.

Após deixar o local do circo, o Profeta Gentileza começou a sua jornada como personagem andarilho. A partir de 1970 percorreu toda a cidade carioca, além de várias outras regiões do país. Era visto em ruas, praças, nas barcas, trens e ônibus, fazendo sua pregação e levando palavras de amor, bondade e respeito pelo próximo e pela natureza a todos que cruzassem seu caminho.

Segundo o profeta, sua missão era combater o mal da humanidade – a incompreensão, o ódio e a intolerância. Suas armas eram as palavras ditas e escritas, o sorriso, as flores que distribuía e seu estandarte com palavras de sabedoria.

A partir de 1980, escolheu 56 pilastras do Viaduto do Caju (RJ), de aproximadamente 1,5 km, onde ele encheu as paredes do viaduto com inscrições e sua caligrafia singular em verde-amarelo, propondo sua crítica ao mundo capitalista. O que o levou a escolher este local foi exatamente por reconhecer no terminal rodoviário o portal de entrada para a cidade maravilhosa, além de ser um local de grande fluxo de pessoas pela cidade.

Em maio de 1996, aos 79 anos, faleceu na cidade de Mirandópolis (SP) o Profeta Gentileza, onde se encontra enterrado, no "Cemitério da Paz".

Com o passar dos anos, os murais foram danificados por pichadores e mais tarde cobertos com tinta de cor cinza. Com a ajuda da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, foi organizado em 1999 um projeto chamado “Rio com Gentileza”, com o objetivo restaurar os murais do viaduto. Em maio de 2000, a restauração foi concluída e o patrimônio urbano carioca foi preservado.

Gentileza circulou pela cidade por mais de 40 anos e inaugurou uma forma singular em sua escrita, que seria mais uma de suas marcas. Através da simbologia religiosa, Gentileza cria novos signos ao acrescentar letras às palavras. Ele explica que “Enquanto o amor material se escreve com um R, o AMORRR universal se escreve com três. Um R do Pai, um R do Filho e um R do Espírito Santo”.

Hoje, os escritos de Gentileza se caracterizam como uma das maiores interveções urbanas de arte na cidade do Rio de Janeiro.

 
ATIVIDADE 8º ANOS E PROJETO AUTONOMIA CARIOCA









segunda-feira, 26 de julho de 2010

Arte decorativa: Mosaico


Mosaico ou arte musiva, é um embutido de pequenas peças de pedra ou de outros materiais (vidro, mármore, cerâmica ou conchas), em variadas superfícies, formando um determinado desenho.

A palavra "mosaico" tem origem na palavra grega mouseîn, a mesma que deu origem à palavra música; que significa próprio das musas. É uma forma de arte decorativa milenar, que nos remete à época greco-romana, quando teve seu apogeu, e por isso é considerado como uma das primeiras manifestações artísticas do ser humano, assim como a pintura e a escultura.

Além da função arquitetônica e decorativa, o mosaico também é um meio de expressão artística com inúmeras possibilidades de criação. Sua versatilidade permite a exploração de materiais diversos, desde os tradicionais cacos de cerâmica e pastilhas de vidro até os inusitados e não-convencionais, como conchas, botões e sucatas em geral, apresentando resultados estéticos surpreendentes.

Em Portugal, destacam-se os mosaicos das ruínas romanas de Conímbriga, datados do século II d.C. No Brasil o mosaico foi utilizado por vários artistas, dentre eles Cândido Portinari, Di Cavalcanti e Tomie Ohtake.

Também são exemplos de mosaico o calçadão de Copacabana, e algumas gravuras do artista holandês M. C. Escher que tratam do preenchimento do plano. Hoje, entre as principais figuras do mosaico contemporâneo, destacam-se Marcelo de Melo (Brasil), Sonia King (E.U.A) e Emma Biggs (Reino Unido).


ATIVIDADE 7º E 8º ANOS:




sábado, 3 de julho de 2010

Por falar em COR ...

.
A cor, elemento indissociável do nosso cotidiano, pode ser entendida como uma percepção visual provocada pela ação dos raios luminosos sobre a retina. E, portanto, sem a luz nossos olhos não conseguem captar e diferenciar as cores.

Em relação à COR PIGMENTO estudamos inicialmente as cores primárias e as cores secundárias.

Cores primárias são aquelas não podem ser decompostas em outras cores, e por isso também são chamandas de CORES PURAS. Essas cores são misturadas entre si para produzir as demais cores do espectro. Quando duas cores primárias são misturadas, produz-se o que se conhece como cor secundária. Tradicionalmente, o vermelho, o azul e o amarelo são tratadas como as cores primárias nas artes plásticas.

Classificadas como CORES SECUNDÁRIAS estão o verde (azul + amarelo), o laranja (amarelo + vermelho) e o roxo (vermelho + azul). Cores estas obtidas pela mistura de duas cores primárias em partes iguais.


ATIVIDADE 6º ANO:



domingo, 6 de junho de 2010

A geometria Ndebele


A tribo Ndebele é uma das menores da África do Sul. Mas intensa o suficiente para revelar uma das manifestações artísticas de maior destaque de todo o continente africano.

A Arte sempre foi uma característica importante de identificação do povo Ndebele. Além de seu apelo estético, que tem um significado cultural que serve para reforçar sua distinta identidade.

Os artistas Ndebele demonstram uma fascinação com a qualidade linear de elementos em seu ambiente e esta é retratada em seus trabalhos artísticos. As pinturas são feitas à mão livre, sem esquemas anteriores, embora os desenhos sejam planejados de antemão.


As características de simetria, proporção e bordas retas das decorações Ndebele são feitas sem a ajuda de réguas e esquadros, e as mulheres são as responsáveis pela pintura dos padrões coloridos e intricados nas paredes de suas casas.

Os artistas contemporâneos fazem uso de uma ampla variedade de cores brilhantes (azuis, vermelhos, verdes e amarelos) em relação aos artistas tradicionais, devido à sua atual disponibilidade comercial. Porém, as cores em tons de ocre feitos de terra e diferentes tipos de argila ainda são utilizadas. Além do preto obtido com o carvão.


Como a sociedade Ndebele tornou-se mais ocidentalizada, os artistas passaram a refletir a mudança de sua sociedade em suas pinturas, combinando as influências externas de sua cultura com os conceitos de design tradicional geometrizado vindo de seus antepassados.

Além das pinturas, as mulheres da tribo Ndebele confeccionam peças de artesanato e uma variedade de ornamentos, feitos de miçanga, contas e cobre, com os quais se enfeitam. Cada um desses ornamentos (argolas, braçadeiras, colares e mantas) simbolizam o seu status na sociedade ou fazem parte de alguma cerimônia ritual.


ATIVIDADE 8º ANO: